Deepfake e o risco de fraude de fornecedores: desafios e soluções para advogados
Os avanços na tecnologia de inteligência artificial (IA) estão aumentando a ameaça aos solicitadores de fraudes de fornecedores habilitados para deepfake, com transações de transporte e propriedade como um alvo específico. Quando bem-sucedidas, essas fraudes podem causar danos financeiros e reputacionais significativos, tanto para uma empresa quanto para seus clientes.
Para se protegerem, os solicitadores devem adotar medidas proativas para reforçar seus procedimentos de verificação e minimizar sua exposição.
A revolução deepfake
Em uma era em que o cenário da tecnologia está mudando rapidamente, o surgimento de deepfakes é uma prova das capacidades da IA.
Em termos simples, um deepfake é um vídeo artificial criado através de uma técnica de aprendizado de máquina chamada "deep learning". Os deepfakes podem transformar o conteúdo de origem existente, por exemplo, trocando uma pessoa por outra. Eles também podem criar conteúdo totalmente original, onde uma pessoa parece dizer ou fazer algo que não fez. Vídeos deepfake podem ser indistinguíveis de vídeos reais.
Impulsionados por algoritmos avançados, os deepfakes borram as fronteiras entre realidade e fabricação. À medida que essas manipulações se tornam cada vez mais sofisticadas, elas apresentam armadilhas potenciais em vários setores, do setor jurídico à segurança nacional.
Fraude de fornecedores e deepfakes – uma ameaça iminente
A tecnologia deepfake tem capacidade de se passar por vendedores ou agentes de forma convincente e pode enganar os solicitadores para facilitar involuntariamente transações fraudulentas, conhecidas como "fraude de fornecedores". Isso pode expor clientes e profissionais a danos financeiros e reputacionais. No Brasil, foram registrados mais de 200.000 casos de golpe por meio da tecnologia. (opens a new window)
A fraude de fornecedores é um risco emergente para a profissão jurídica. Em 5 de março de 2024, a SRA (Solicitors Regulation Authority) atualizou sua avaliação dos riscos setoriais de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, detalhando um aumento no número de escritórios de advocacia facilitando fraudes de fornecedores e destacando os riscos associados à dependência de chamadas de vídeo para identificar e verificar clientes. Como descreve a avaliação, o processo de transporte fornece tanto o método de cometer a fraude quanto os meios de lavagem, tornando-o um alvo atraente para os fraudadores.
Essa incidência crescente dessas fraudes é motivo de preocupação para os escritórios de advocacia, especialmente aqueles que usam o FaceTime ou outros sistemas de tecnologia para verificar potenciais clientes como uma alternativa para atender seus clientes cara a cara. Neste momento, não temos conhecimento de nenhuma seguradora que tenha sofrido um sinistro em relação ao deepfake. No entanto, as empresas podem precisar reavaliar a robustez de seus processos de due diligence eletrônica, dado o risco emergente da tecnologia deepfake e os avanços da IA em geral.
Mitigação dos riscos de fraude deepfake
Falhas na identificação e verificação facilitam a ocorrência de fraudes de fornecedores. Por conseguinte, para minimizar a sua exposição à fraude dos fornecedores, as empresas devem:
Tenha cuidado quando os clientes não forem atendidos cara a cara;
Certifique-se de que o título do fornecedor esteja devidamente estabelecido;
Examine adequadamente quaisquer documentos de identidade para garantir que eles pareçam autênticos e não mostrem sinais aparentes de serem falsificados ou alterados.
Conclusão: navegando no terreno deepfake
À luz desses desafios, os solicitadores devem adotar medidas proativas para mitigar os riscos associados aos deepfakes. Protocolos rigorosos de verificação de identidade, reforçados por soluções tecnológicas robustas, podem ajudar a autenticar clientes e contrapartes, minimizando a probabilidade de serem vítimas de fraude.
As empresas podem igualmente consultar terceiros especializados para obter mais aconselhamento. Isso pode ajudar as empresas a manter políticas, procedimentos e avaliações de risco robustos e atualizados.